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Direto do Amapá, essa edição traz startups premiadas, floresta em pé e inovação navegando no rio. Tem conexão Norte-Nordeste e bioeconomia bombando. Bora com a gente?
Startups, Bioeconomia e um Novo Hub de Inovação no Amapá
A cena brasileira de startups está mudando de eixo. Segundo o mapeamento nacional da Abstartups, o Nordeste já é a segunda maior região em número de startups no país, com 23,5% do total, ultrapassando o Sul e ficando atrás apenas do Sudeste. Os números são uma maneira palpável de representar uma virada cultural: as soluções inovadoras têm brotado de realidades locais, e o Nordeste vem sendo um celeiro fértil — com negócios que não apenas crescem, mas se conectam com outros territórios. Um desses movimentos recentes é a retomada da histórica conexão entre Norte e Nordeste. Dessa vez, com foco em sociobioeconomia.
Foi nesse contexto que Rafael Silveira , COO da Casa Azul Ventures, desembarcou em Macapá. Com uma agenda intensa e encontros estratégicos, ele acompanhou de perto o ecossistema emergente do Amapá. Um dos compromissos foi o Inova Amazônia Summit 2025, evento que se consolidou como a maior vitrine de bioeconomia e inovação da região. Para Rafael, estar presente nesse momento era essencial: “Estávamos ali para aprender, conectar e contribuir. O Norte tem uma vocação clara e urgente: é onde o futuro verde do Brasil está sendo desenhado.”
Inova Amazônia: floresta em pauta, inovação em movimento
Realizado pelo Sebrae e pelo Governo do Estado do Amapá, o Inova Amazônia Summit 2025 transformou o estacionamento da sede do Sebrae em Macapá em um verdadeiro laboratório vivo da bioeconomia. Ao todo, o evento reuniu 117 startups e 16 Indicações Geográficas, apresentando soluções sustentáveis — muitas delas ligadas ao uso responsável de recursos naturais. O encontro fomentou diálogos sobre investimentos, novas tecnologias e desenvolvimento regional, além de se consolidar como uma vitrine estratégica para o ecossistema nortista.
Como extensão do Summit, aconteceu o Meetup Amazônico, experiência organizada pela Amapatec e realizada a bordo do ferry-boat Santa Maria, navegando pelo Rio Amazonas. O evento reuniu cerca de 300 pessoas, entre empreendedores, investidores, instituições de ciência e tecnologia, comunidade e consultorias. Durante o dia, inovação, cultura, turismo e gastronomia se entrelaçaram em um cenário único, com música, comidas típicas, rodas de conversa e exposições criativas — provando que o Amapá também se destaca pela forma como promove encontros e articulações.
Para Rafael Silveira, COO da Casa Azul, o evento reflete uma guinada importante no ecossistema: “O Amapá já esteve no centro da história brasileira, como fornecedor de manganês durante a Segunda Guerra. Agora, ele pode novamente liderar uma virada — desta vez, com foco em desenvolvimento sustentável. Há uma dívida histórica que o Brasil precisa reconhecer: os recursos saíram do Amapá, mas nunca retornaram como infraestrutura, oportunidades ou renda. Isso precisa mudar.”
E complementa: “A floresta continua de pé, mas há milhões de pessoas sob sua sombra. Preservar também é dar condições dignas de vida para quem vive ali. As startups podem ser parte dessa resposta: conectam saberes locais, novas tecnologias e possibilidades de mercado. O Summit mostrou que essa revolução já começou”.
Amazoom Hub e um espaço que fortalece o território
A visita da Casa Azul ao Amapá também marcou o início de uma parceria com o Amazoom Hub, espaço idealizado por Maurício Santò. Com mais de 800 metros quadrados, o local começa a ser transformado em um polo de apoio à inovação, empreendedorismo e formação. A colaboração com a Casa Azul chega como um reforço estratégico, trazendo experiência, rede de conexões e metodologia.
Maurício, fundador do Amazoom Coworking , lembra que sua atuação começou antes mesmo do espaço físico existir: “Sempre acreditei em dar suporte a ideias inovadoras. Mas agora conseguimos estruturar isso com mais ambição. A parceria com a Casa Azul vem para potencializar um ecossistema que já pulsa em Macapá, mas precisa de apoio, conteúdo e articulação real.”
Além de fortalecer o empreendedorismo local, o Hub tem outro diferencial: não depende de eventos pontuais. A ideia é que a comunidade tenha um espaço contínuo para trocas, formações e construção coletiva. “Aqui, a economia ainda é muito voltada para o funcionalismo público. Se quisermos mudar isso, temos que começar pela mentalidade. E a base disso é o conhecimento”, reforça Maurício.
COP30 e as startups como pontes para o futuro
O movimento que une Casa Azul, Amazoom Hub e ecossistemas do Norte e Nordeste chega em um momento simbólico. Em 2025, o Brasil se prepara para sediar a COP30 em Belém, colocando os olhos do mundo sobre a Amazônia. A presença da Casa Azul no Amapá e o fortalecimento das conexões com empreendedores locais é também um gesto político: de mostrar que a transição verde passa pela inovação inclusiva.
“Quando falamos de bioeconomia, falamos de uma nova lógica de desenvolvimento. A floresta precisa valer mais em pé do que derrubada — e as startups são uma ponte concreta para isso. Elas podem conectar o conhecimento tradicional às tecnologias do século 21, gerar renda e ainda ajudar a preservar o bioma. É isso que queremos impulsionar no Norte”, afirma Rafael Silveira.
Na prática, essa união entre regiões reforça o que o Brasil tem de mais valioso: diversidade, criatividade e uma vontade crescente de construir futuros mais justos. O Amapá, com sua floresta e seu povo resiliente, não está à margem — está no centro dessa transformação. E a Casa Azul quer ser parte dela.
Potência e Reconhecimento
A cada nova conquista, o Amapá reforça seu lugar no mapa da inovação nacional. Além da articulação entre hubs e programas voltados à bioeconomia, o estado agora coleciona também premiações relevantes. Durante a Aquishow Brasil 2025 — maior feira de aquicultura da América Latina — a startup amapaense BactoLac conquistou o 3º lugar na categoria Produção do Prêmio Inovação Aquícola, com a solução SisBactolac: Aquicultura 5.0 na palma da mão do produtor. O projeto se destacou por aplicar inteligência de dados e biotecnologia para tornar a piscicultura mais produtiva e sustentável, mostrando como o Norte pode liderar também nos mares da inovação tecnológica.
Fundada com o propósito de modernizar o processo produtivo de peixes no Brasil, a Bactolac vem se consolidando como uma referência em soluções sustentáveis no campo da aquicultura. “Esse reconhecimento reforça que estamos no caminho certo: levando tecnologia, gestão e inteligência de dados para transformar a piscicultura em uma atividade mais produtiva, sustentável e acessível”, afirmou Antônio Carlos Freitas Souza, CEo e fundador da empresa.
A Casa Azul parabeniza a Bactolac por essa conquista e celebra o avanço das soluções amapaenses no cenário nacional.
Hub de Inovação Senai Sesi
A movimentação no Amapá também acende alertas positivos para quem está atento às tendências de mercado. Além do Amazoom Hub, o estado conta com o Hub de Inovação SENAI SESI, um ambiente pioneiro voltado à pesquisa e ao desenvolvimento industrial com foco na bioeconomia. A combinação entre vocação natural, infraestrutura emergente e políticas de incentivo cria um cenário potente para novos negócios e conexões nacionais. Para quem deseja empreender com propósito — e com impacto real —, o Norte se torna cada vez mais um solo fértil.